domingo, 30 de maio de 2010

Aprimorando o Trote



Meu Deus, mas o que é a vida? A vida real? Eu e meus dilemas. Estes dilemas se acentuam quando está ventando, como hoje aqui no sítio. Vejo bem ao fundo a mata se movimentando ao sabor das ondas de vento e fico, aproveitando a energia de Yansã no ar, fazendo meus questionamentos para ver se os próximos ventos me trazem a resposta.
Hoje me dei conta que o ser que mais conversei e mais questionei nesta vida foi Deus. Ele tem muita paciência comigo. Briguei seriamente com Ele quando minha mãe faleceu. Que tipo de médium ele me fez, que senti que algo muito errado estava para acontecer e não me permitiu que eu me despedisse dela apropriadamente? Hoje posso dizer, nove anos depois, que se a minha mãe não tivesse desencarnado daquela forma eu não teria crescido. Tive entendimento depois que domei minhas emoções e amansei meu ego.
Depois disso, de toda a tormenta da minha vida ter passado e eu sobrevivido, numa conversa informal com Deus, falei que seguiria uma religião. Chegava já de teorias e leituras espalhadas. Era hora de colocar em prática. Entrei na Umbanda e uma alegria imensa se apoderou de mim: estava cumprindo o combinado com o Homem. Em caridade, que é a base de toda a religião, só se dá o que se tem. Eu tenho minha experiência de vida, que é 1/4 de gota num oceano, mas é o que tenho e divido com os outros por amor do que agora sou e do que agora entendo.
Na Umbanda os médiuns são chamados de cavalos. Porque a entidade tem que, no meu entender domar primeiro para depois transformar-nos em veículos eficientes. E olha que não é fácil. Meu filho do meio , numa gira que assistíamos, no alto de sua sabedoria dos 10 anos me pergunta: Mamãe como é que o médium tem certeza que ele está incorporado? Respondi que como todos são conscientes, ele só tem certeza quando fala algo que não faz parte de seus pensamentos. No que ele me responde: Bom, então isso é dureza hein? Com certeza lindinho junior, respondi, ser médium não é moleza.

No primeiro ano de Umbanda, eu ficava o dia inteiro antes da gira ouvindo uma música do Robbie Willians que eu gosto muito e que coloquei aqui para partilhar. Para se poder dar um passo à frente, às vezes temos que entender o quanto andamos já. Relendo a letra da música entendi. E para complementar o que entendi, ganhei um presente divino: no Blog Luzes e Sonhos, a Angela Antunes posta um texto falando sobre mediunidade e o quanto somos pequenos no entendimento da missão que as entidades têm. Definitivamente estamos entrando numa nova era em nossa religião. Estamos sendo honestos com relação à sua mecânica e humildes com relação ao nosso conhecimento real. Estamos falando do que sentimos e isto pode auxiliar mais e mais pessoas a entenderem o que somos e como somos. Partilhar experiências de vida ajuda e muito, não só para umbandistas, mas para as pessoas de todas as religiões que lêem este blog , pois afinal estamos todos "casados" com a vida.
Aí vai um pedaço da letra qie gosto tanto:


Sentir-Robbie Willians


Venha segurar minha mão
Eu quero contatar os vivos
Não sei se entendo bem
Este papel que me foi dado
Eu me sento e converso com Deus
E Ele ri dos meus planos
Minha cabeça fala uma língua
Que eu não entendo
Eu só quero sentir amor verdadeiro
Sentir o local onde vivo
Porque eu tenho muita vida
Fluindo nas minhas veias

Sinto amor verdadeiro de Deus na Umbanda. Isto hoje me preenche. Que Ogum dê a você um caminho que te leve a este preenchimento, no caminho que você se sentir melhor!
O vídeo do Robbie Willians:
O texto da Angeja Antunes:


Em Tempo:

A minha guerreira da luz Eliane Arruda me passou o link da ABRALE, que desenvolve um trabalho iluminadíssimo! Cliquem e ajudem eles a crescerem cada vez mais! Vamos aumentar o potencial de vida, vamos doar medula óssea, vamos doar amor e tempo! Vamos ser caridosos com o que temos! Veja o link: http://www.abrale.org.br/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Amor, Fé e Caridade





O que é que esses nossos lindinhos não fazem para nos impressionar no início, não é? Pois o meu lindinho, resolveu me levar, pouco depois de iniciarmos o namoro, para São Paulo. Escritor, o que já me impressionava muito, e roqueiro, resolveu me levar num famoso shopping onde os ditos músicos consumiam seus cds(na verdade LPs) e se encontravam. Era pra ser memorável. Foi mesmo. O lindinho resolveu experimentar um piercing de nariz e o piercing criou vida própria e não queria sair. O atendente da loja mais ria do que ajudava e eu, impressionadíssima de fato, não tinha onde me esconder.O lindinho é de fato um intelectual que admiro,mas é também um habitué de situações antológicas. As filhas dele tem histórias memoráveis também.
Nosso primeiro filho, um pouco antes de completar um ano descobriu que o pai tinha uma tatuagem e por todo custo esfregava com a mãozinha para sair a dita "sujeira". O lindinho sábiamente já teria pronunciado que seria mais um para pegar no seu pé.Familia é assim mesmo: uma sucessão de "causos" a serem contados.Uns não tão bons quanto outros, mas precisamos ter sempre em mente que é o amor e a paciência que nos une.
Com religião não é diferente. Entramos nelas por uma série de motivos, mas permanecemos por amor e temos que ter por vezes paciência. Paciência com nosso pouco conhecimento, paciência com a nova família que aos poucos vamos construindo dentro destes templos. Sempre me disseram que eu precisava participar de uma egrégora religiosa e hoje eu sei o pôrque.
Egrégora provém do grego egrégoroi e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. A egrégora acumula a energia de várias freqüências,dos elementos que a compõe.Se você faz parte de uma egrégora é protegido por ela também.
A minha grande dúvida foi sempre: por que as pessoas buscam uma religião e continuam nela? O que se tem dentro de uma religião que fora nunca perceberemos? Para falar com Deus não precisamos de nada, só fé. Tenho amigos em todas as religiões.Tenho amigos ateus também com muita sensibilidade, maior até do que muitos religiosos. No Evangelho segundo o Espiritismo podemos ler que: não é dentro da igreja que está a salvação, mas que "fora da caridade não há salvação".
Vai fazer 5 anos que estou na Umbanda. Bem pouco tempo, mas tenho um amor imenso por ela. No terreiro usamos o seguinte termo: médium de toco, que é o médium que incorpora e juntamente com a entidade dá atendimentos individuais. Toco não é palanque, não é lugar de negociatas com o além, é antes de tudo um lugar sagrado, onde o consulente, o próprio médium e o cambone vivem a cada dia uma prova de caridade em ensinamento das entidades. Já ouvi muita coisa e aprendi outras tantas. A Umbanda é caridosa comigo e eu , por minha vez , com o que aprendo, busco ser com os que conheço.
A foto que postei é o Marcio Zenni com seu filhinho no colo recebendo a energia de Yemanjá, na gira da praia ano passado, que com certeza o fortaleceu para hoje ser pai de santo em seu próprio terreiro. Mas esta foto é mais do que isso. Ela é uma representatividade da fé na Umbanda e a própria Umbanda.E sua grandiosa missão da caridade que nunca devemos esquecer. São os olhos das entidades e seus braços nos protegendo, enquanto nós pequenos, tentamos fazer o máximo pelo próximo. Com certeza, fora da caridade não há salvação, mas nela somos fortes e guerreiros. Na caridade crescemos e nos fortalecemos, além de avivarmos nosso coração com uma alegria sem fim.

Abaixo postei mais um texto, em prol do Hospital Pequeno Principe e gostaria que vissem.

Ajudando o Hospital Pequeno Príncipe

A pedido da Ana Rosa Passafaro, vou disponibilizar aqui o link do Hospital Pequeno Principe , de Curitiba, para que todos possam ajudar ,mesmo que seja apenas divulgando, a campanha deles para ajudar a abrir e manter a unidade de medula óssea. Este hospital é o maior em atendimento exclusivo às crianças.Um sorriso de uma criança voltando à vida normal merece seu empenho : http://www.hpp.org.br/

domingo, 23 de maio de 2010

Alterando Conceitos, Revendo Espaços




Sempre falo aos meus filhos que quanto mais preconceito tiverem, menos possibilidades de crescimento intelectual terão. E esta é uma das virtudes de filhas de Yansã, onde há alguém preconceituoso há uma delas pelo menos para contradizer. Sem poder sair de casa, este final de semana ,fiquei assistindo o canal Futura e me deparei com uma resposta, a uma antiga pergunta,que fez com que ocorresse um download em meu cérebro. E colocarei aqui minhas idéias, para que discordem ou concordem,mas que acrescentem seus pensamentos.
Falavam sobre a Teoria das Cordas da física e a sua unificação na Teoria M, que vem a ser a teoria que explicará tudo no universo. Basicamente ela explica que vivemos 11 dimensões e não só as quatro que conhecemos(altura,largura e profundidade e tempo que conseguimos perceber mais ou menos). Vou deixar algumas referências aqui para que leiam e vejam os vídeos. Confesso que a profusão de idéias que vieram a minha mente me deixaram um pouco confusa e fui consultar meu filho mais velho, que conhece bem essa matéria, para atestar a veracidade dos fatos.Ele me disse o seguinte: algumas considerações não podem ser tiradas do seu contexto mesmo, se tirar esse ramo do contexto vira filosofia. Na dualidade onda-partícula de partículas nanométricas é dificil trazer isso pra elementos maiores. No caso da física quântica e não desta teoria, pois existem mesmo as 11 dimensões. O primeiro pensamento que me veio foi o de alegria por ter um filho tão inteligente e a segunda foi como tornar esta minha explicação de fácil acesso.
Não temos capacidade mental de visualizar estas 11 dimensões, nem fomos treinados para todas, mas estamos inseridas nelas. Um grande exemplo é a dimensão do tempo:5 minutos de alegria imensa não se sente, já 5 minutos sangrando é a eternidade...O que ocorre aqui é que a maioria das teorias dos ditos místicos vai se confirmando pela Física moderna.
Na minha divagação leiga destrinchei algumas das perguntas que orbitam em minha mente. Uma delas é sobre a praticidade destas leis Físicas na Umbanda. Painho sempre fala que o número sete na Umbanda, com relação os Orixás é um número limitador. Com esta teoria ele passa de um número limitador para complementar: nós médiuns somos a representação de 4 dimensões e as energias dos Orixás complementariam as 7 restantes, para que possamos ter ,no momento da gira a capacidade de unirmos dois universos paralelos em prol da caridade. Difícil? Não tanto.
A Teoria M serve para explicar as energias da natureza e a Umbanda trabalha com elas, mesmo não tendo uma explicação para todos os fatos. Trata-se da união momentânea de dois universos paralelos utilizando a energia provinda da natureza por exemplo para curas. É o equilíbrio de todos os sentidos.
A 11a. dimensão são as membranas, ou como os físicos a chamam de branas,que revestem cada universo. Nós da Umbanda quando incorporamos, como fala painho, formamos a terceira energia. Esta terceira energia é descrita na Teoria M como o encontro de das membranas dos universos paralelos.
No meu entender também os grandes iluminados foram os que detiveram o conhecimento destas 11 dimensões. Talvez o dito portal 11:11 se refira a isto, porque numa proporção parecida das 11 dimensões percebemos quatro,ou seja, 11:04.
De qualquer forma, temos sempre que agir com humildade com relação à natureza e às crenças, porque os cientistas já estão começando a visualizar o que há muito se faz na prática. Na verdade são evidências de que há algo maior à nossa volta do que nossos cérebros limitados possam conceber. Vamos ao menos nos inteirar desta que provavelmente poderá vir a ser a única teoria da física que irá explicar a sinfonia do mundo.

Este link da Wikipédia é um dos que melhor explica a Teoria M

Aqui está o link do vídeo que vi sobre a Teoria das Cordas e a Teoria M. É uma sequencia de 5 vídeos .
http://bit.ly/a5p6zl
Aqui um link em inglês ,mais técnico que explica as 11 dimensões:

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Verdade flui para o Mar...



Não há nada neste mundo, nem um fato, que não encerre em si um grande aprendizado. Mesmo aqueles mais inusitados e cômicos. Estes dias, no terreiro em que frequento entrou um homem disfarçado. Com peruca comprada em uma liquidação de R$ 1,99 , um bigodinho que provavelmente veio junto com a peruca, de brinde. Seria um grande disfarce se não estivesse usando óculos escuros de noite e na chuva.
Nós , algumas filhas de Yansã, estávamos ali, pedindo que fosse um galã que não queria ser reconhecido. Infelizmente não era. Tratava-se de um senhor de mais de 50 anos, às voltas com seu ciúme pela esposa, querendo se certificar se ela estaria lá mesmo. Sua impulsividade o levou a passar vergonha, e sua pretensa esperteza tornou-se motivo de riso para alguns e preocupação para outros.
Tudo que acontece no micro é reflexo do macrocosmo. Lula foi falar com Ahmadinejad com a mesma peruca e bigodinho falsos. Estava lá na esperança que o vissem de forma diferente. Fez com que alguns rissem e nós brasileiros ficássemos preocupados.
Na última postagem falava eu sobre a grandiosidade da música na obra Divina, pena que a Dilma não leu, pois fui bem enfática ao falar que o rebolation não se adequava ao que eu havia dito: e lá foi ela afirmar que se eleita for vai dançar o rebolation. O mundinho cruel!
No livro A Compreensão dos Mistérios do Tao,escrito 145 anos antes de Cristo, diz que para um líder ser querido ele deve ser como um rio: algo que não tem aroma,mas que é infinitamente útil, que começa pequeno e mais adiante se faz grande.Quem deseja estar acima dos demais, deve em seus discursos se tornar pequeno diante deles, quem deseja estar a frente dos demais deve segui-los.Então o mundo imitará seu amor e promoverá sua humanidade e justiça, de maneira que não haverá crueldade.
Há uma frase que achei perfeita e correta neste livro: "As palavras têm uma fonte, as ações um líder." Há mais de dois mil anos já se sabia a verdade, basta agora saber colocá-la em prática.
Paracelso diz em seu livro O Prognóstico, que não há nada tão oculto que não se torne manifesto, mas sempre através do homem, que descobre todas as coisas. O Caminho no livro do Tao é a Divindade.Só encontra o Caminho quem entra em equilíbrio com a natureza. Nada na natureza é bom ou mal.Tudo se harmoniza e não há guerras, pois não há julgamentos.
Sempre que falo que sou de Umbanda me perguntam se sou do bem.Hoje perguntaram-me se eu penso na paz, tendo em vista que falei que era Umbandista. Achei a pergunta pertinente então venho aqui responder dentro da minha limitada visão do que seja a minha religião.
A Umbanda é uma religião legitimamente brasileira, criada no começo do século. Toda energia que dela emana vem da natureza, emana de Deus. Todo umbandista é um guerreiro e esta religião é uma religião de combate, como me ensinou painho. No Tao se fala que um bom guerreiro é aquele que busca o equilíbrio dos elementos da natureza. Então respondo que não penso na paz, porque simplesmente não estou em guerra. Luto pelo equilíbrio. A Umbanda luta pelo equilibrio.
Espero que de alguma forma, tentemos fazer o inverso neste processo político em que estamos, busquemos nosso equilíbrio interior e isso se reflita nos que nos cercam e forme uma corrente. Um rio que nasce pequeno e desemboca na plenitude do mar.

sábado, 15 de maio de 2010

Do Cemitério para a Encruzilhada



Sempre gostei de cemitérios. Meus filhos também. Há algo de anárquico em visitá-los. Ler lápides e imaginar a vida daquelas pessoas, quanto viveram e quanto poderiam viver. Causa arrepios em você? Tenho medo de outras coisas, de outras mortes, de outras assombrações.


É uma grande aventura para uma criança ir a um cemitério. Sempre levamos as crianças em programas não estruturados previamente, ou seja, no meio de um passeio qualquer nos deparávamos com cemitério e como pais adolescentes de mais de 40 anos, resolvíamos entrar, e sempre com o devido respeito.


Um cemitério é uma grande biblioteca de romances. Alguns água-com-açúcar, outros épicos que transformaram cidades e nações, mas todos, sejam palavras, linhas ou páginas, inevitavelmente importantes no grande livro da humanidade.


O cemitério é um campo de força da Umbanda. Deveria ser da humanidade, pois ali está o depósito de nossa humildade. Os livros na maioria das vezes se resumem em uma frase, uma idéia. Quanto mais prolixos, menos atingem seu objetivo. Pare para pensar: os grandes iluminados, aqueles que atingiam grande número de pessoas expressavam de que forma seu conhecimento? E de que forma chegaram ao ápice de sua força? Como me disse o lindinho estes dias, a respeito de uma pessoa "chegada" a palavras complicadas e com grandes pretensões populares : "O cara quer ser prolixo, vomitando seu conhecimento incompreensível e ainda quer ser respeitado?" Sem condições.


A Umbanda, que é o meu referencial, é uma religião que nasceu do plano espiritual em socorro das mentes que entendem a missão das entidades. Passar mensagens simples e necessárias. Nada mais. São mensagens do Divino para que você dê prosseguimento ao livro da sua vida, de uma forma revisada. A Umbanda te dá umas virgulas, uns pontos de exclamação e até de interrogação, mas quem estrutura a frase e põem o ponto final é você.E isso só pode acontecer se tudo for muito claro.


Os campos de força da Umbanda são as fontes em que bebem médiuns e entidades, para transformar a Luz Divina em palavras, mas a verdadeira força da Umbanda vem da caridade. Nada se estabelece sem ela, nem a fé,nem tampouco o amor. Às vezes fico aqui pensando que Deus gosta mais dos músicos do que dos médiuns para passar suas mensagens. Eles são mais caridosos. Com exceção do rebolation, não há como não entender uma música e invariavelmente ela passa uma mensagem.


Maquiavel só conseguiu escrever "o Príncipe", porque sofreu um revés na vida, caiu junto com a nobreza deposta pelos Médicis, e foi obrigado a se retirar para o campo. Voltou às origens. Graças ao convívio com aldeões conseguiu entender o mecanismo da República . Durante o dia jogava cartas com eles e conversava muito, apesar de não haver ali o glamour de outrora nem os eventuais puxa-saquismos. À noite se vestia especialmente para ler Tucídides, Cícero, Júlio César, Tácito, Tito Lívio, e tantos outros mais. Estou dizendo que a obra dele permanece porque a fonte de suas inspirações veio pela boca de gente dita "ignorante". Que na encruzilhada da vida, ele foi obrigado a escolher o simples. E aposto que se divertiu um monte, apesar de não ter chegado a ver neste plano a concretização de suas idéias . De alguma forma ele, a história da vida dele, o livro da vida de Maquiavel continua intacto.


A Lilian, uma amiga minha da esfera virtual é uma das pessoas que mais me chama a atenção nos últimos tempos. Ela é biomédica e estes dias ia dar uma aula sobre alfagalactosilceramida. Nem imagino o que seja, nem tão pouco consigo pronunciar. O fato é que, por realmente ser intelectual, narra partidas de futebol e coisas do nosso cotidiano em 140 caracteres no Tweeter como ninguém mais. Ela não sabe que eu sei, mas conto aqui para vocês. Ela possui o tesouro da simplicidade, a facilidade de fazer rir e conhecimento. Será uma pessoa muito importante para as ciências.


Estou escrevendo, assim como você que me lê, ainda o livro da minha vida. Às vezes volto atrás , reviso o que já foi escrito, projeto o que vou escrever, mas na maioria das vezes mudo o texto e o contexto. Espero que tanto eu como você, ao nos depararmos com o Grande Editor, tenhamos uma publicação de sucesso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Verdade está lá fora?



Há alguns anos li um livro muito interesante chamado "O Mago de Strovolos" de Kyriacos Marquides. O Mago realmente existe e é chamado no livro de Daskalos, que é a palavra grega para professor.
Ele faz na Grécia algo parecido na essência com a Umbanda. Ensina a trabalhar com a energia. O que me chamou a atenção e que me fez rir também foi uma passagem sobre um aluno dele. Daskalos ensinou a formatar mentalmente a energia para os mais diversos fins. Um desses alunos mais aficcionados resolveu que iria por conta própria fazer um cão para proteger sua casa. Aventou a possibilidade de que seria útil e não teria transtornos como o de dar alimentação e limpar os "resíduos".
Imaginou o cão mais violento do mundo e o construiu mentalmente.O resultado foi inevitável: os vizinhos começaram a escutar uivos na madrugada e o próprio aprendiz foi atacado por esta força que construiu. Daskalos relata que então teve que desfazer com muito sacrifício a "burrice" que o aluno formatou e expulsá-lo do grupo para que não trouxesse mal maior aos outros e a si mesmo.
Quando uma pessoa descobre seu potencial energético em qualquer religião se deslumbra. A pincípio, acredita que pode dividir isto com todo mundo. Tem um amigo meu que há tempos atrás veio me pedir um conselho: o filho que havia adotado a fé evangélica há menos de um ano, achou que poderia começar a praticar livremente seus dons e foi ajudar uma pessoa que estava 'possuída" por uma energia ruim. O filho dele é um menino alto e forte. Se achou realmente poderoso por sua condição física e o conhecimento que possuía. Resumindo: apanhou e feio da "possuída" , uma pessoa franzina de 1,60m. Conseguiu um olho roxo, uma fratura na costela e um xingão do pastor.
Numa gira, seu João Boiadeiro falou que é melhor sacrificar um boi do que ver a boiada estourar. Fiquei aqui imaginando que esta situação macro pode ser resolvida no micro também.
Nós construimos nossa existência baseados em nossos pensamentos. São eles que delineam principalmente a nossa saúde. Saúde num aspecto amplo que atinge todos os setores. Seus pensamentos tem formas, cores e vibração. É algo que sai de você e encontra respostas do lado de fora, e fatalmente volta. Um cientista japonês chamado Masaru Emoto fez experiências com moléculas de água. Nas fotos que postei aqui, a primeira se refere a uma molécula de água normal e a outra uma molécula de água transformada pelas palavras proferidas por uma oração.
Se os seus pensamentos estão se rebelando, feito um touro selvagem, salve o resto da boiada direcionando o seu pensar para a luz. Vamos usar da humildade, do respeito e do amor para transmutar nosso caminho.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ensinando Magia e Fazendo Demanda!


O lindinho passou anos sonhando literalmente que comia pitangas gigantescas. Este ano, as pitangueiras aqui foram generosas. Além de carregadas de frutos, eles ficaram enormes mesmo. Meu filho do meio acorda cedíssimo e vai fazer sua colheita, antes que as sabiás resolvam fazer. Passamos anos difíceis em nossas vidas e ,talvez, isto seja um sinal que reavive nossa fé na prosperidade deste lugar.
Uma amiga muito querida do twitter me falou que não sabe o que fazer pra ter fé e está em conflitos internos intensos. Sabe amiga eu também não sei o que fazer pra recobrar tua fé,mas acredito que ela esteja bem aí em você. Outra amiga minha, hoje está meio perdidinha , querendo achar respostas para coisas concretas na fé. Então o que passo a narrar é para elas e para todos que querem algo para lutar.
Umbanda tem termos específicos.Um deles, que painho me explicou,foi "mironga de congá": algo secreto que o pai ou mãe de santo não pode contar.Na verdade painho me disse que se usa isso quando na verdade o pai ou mãe de santo não sabe a resposta. Pra mim falta de fé é mironga de congá. Outro termo muito usado em Umbanda é "demanda". Desmanchar demanda, rebater demanda e aí pra fora... Fui lá eu perguntar o óbvio ao Pai Maneco: O que é demanda? Ele me respondeu bem calmamente que é quando uma pessoa briga com a outra, cria uma demanda. Umbanda é religião de luta, mas aprendi também que lá, como na vida, você tem a opção de escolher a guerra que vai travar.
Numa noite de gira, estava eu incorporada com Seo Beira Mar e passando entre as pessoas, ele parou na frente de um menino de uns dezesseis anos mais ou menos. Olhou bem para ele e falou: Você ainda quer aquele carro vermelho? Quase desincorporei naquele momento. Como uma entidade fala uma coisa destas? Como o menino reagiu rápido com um sim possante e olhos brilhantes, seo Beira Mar continuou: você vai conseguir este carro ,pois eu vou te ajudar. Vou abrir seus caminhos para isso,mas você tem que fazer sua parte. Primeiro você vai se limpar, limpar seu corpo. Não vai ser fácil conseguir,mas estarei ao teu lado. O menino concordou, e seo Beira Mar fez um passe nele.
Uma semana depois a mãe do menino veio falar comigo, uma senhora da gira e como há muita gente lá nem sabia que era filho dela. Estava feliz pois este rapaz era viciado em crack, estava prometido de morte pelos traficantes, e no dia seguinte concordou em ir para uma clínica. Disse ela que ele só falava : eu vou ter meu carro vermelho! Juro que fiquei preocupada, pois não se promete nada a ninguém em Umbanda, nem em religião nenhuma. O menino ficou dois meses internado e quando estava pra sair, esta minha amiga me disse: Andréa pede pro seo Beira Mar vir falar comigo, pois não quero que meu filho saia da clínica, pois é perigoso que ele volte pras drogas. Concordei com ela como mãe que sou. O menino não devia mesmo sair tão cedo de lá.
Na gira Seo Beira Mar vai falar com ela.Escuta o pedido e diz: não vou fazer nada, pois tenho fé nele.Deixe ele sair! Eu fiquei angustiada, ela nem se fala. Pra encurtar a história, e graças a Deus estou contando por escrito, já que saiu de lá ele pediu pra ir para a casa da tia em Santa Catarina e começou, na mesma semana a cortar bragatinga (um tipo de madeira pra quem não sabe) para uma pizzaria. Em seis meses passou a auxiliar de pizzaiolo, em oito já era garçon.Em um ano e meio ele passou a gerente e ligou neste dia para a mãe, dizendo que cada dia que passa está mais perto do carro vermelho, com a ajuda do seo Beira Mar. Hoje em dia está noivo e contruindo a casa dele. Ainda vai ter o carro vermelho.
Eu não sou uma grande médium, nem seo Beira Mar, entidade maravilhosa da linha de Ogum, o detentor da verdade, mas este menino que saiu das drogas com um esforço tremendo é um vitorioso iluminado. Ele ouviu e entendeu a mensagem. Hoje em dia, como diz o lindinho, todos sabem que os médiuns são conscientes, mas o grande problema atual é quem vai pedir ajuda ser consciente e ouvir o que é dito.
Eu choro sempre de emoção quando conto esta história de fé e determinação. Ele escolheu e assumiu que iria demandar pela vida dele. Nós temos opção, só precisamos saber ouvir a mensagem. Em qualquer religião, em qualquer situação nesta vida e no além.
Vamos demandar contra o sofrimento, contra o crack, contra o suicídio que estes jovens estão cometendo embaixo de nossos olhos. Alguns amigos do Twitter me pediram que eu colocasse frases e ajudasse nessa campanha. Coloco abaixo os endereços deles no Twitter e peço que unamos as forças e coloquemos frases contra o crack em nossos meios de comunicação da internet: msn, orkut, facebook, twitter, home pages e blogs. Uma frase apenas por uns momentos e fazemos uma grande magia pelo bem. Impulsionamos energia e podemos sim resgatar a fé desta gente. Talvez até tenhamos sinais de que nossa fé pode atravessar montanhas, mesmo achando que ela é muito pequena.

Twitteiros que querem fazer a diferença na campanha contra o crack:

@idnavegador
@fabinhoadrena e o blog dele:http://worldcicle.blogspot.com/
Se você quiser estiver fazendo alguma campanha em prol da vida também divulgue aqui!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Peão, Cavalo ou Rei?


Os fios que ligam a bomba que puxa a água do poço, que usamos aqui em casa, entraram em curto de novo. E lá foi o lindinho pro meio do mato resolver a questão.Cada vez que vou até o poço fico pensando que, a maioria das pessoas que conheço, jamais fariam isso: se embrenhar numa mata fechada, com cobras porque senão não tem graça, pra ter o alívio de ter água em casa.
Ao longe hoje eu avistava o lindinho e o meu filho do meio indo para mais uma missão impossível, que se resolveu a contento. Tenho um baita orgulho disto. Todas as famílias são assim: nos orgulhamos, nos amamos e brigamos uns com os outros. Perpetuamos a vida e nossa essência no que ensinamos a nossos filhos. Ontem mesmo estava rindo com a minha vizinha. Proibiu os filhos de andarem de moto porque é muito perigoso. Agora se quiserem sair, inclusive o pequeno de dez anos, é só a cavalo. E o pequeno dela foi estes dias na casa de um amiguinho que fica a uns dez quilometros daqui, sozinho, no trote do seu potente pampa. Não pense você que são crianças do mato e que desconhecem a civilização, pois gostam de ir a shoppings também. Oxalá permita que usem bem o aprendizado na fase adulta.
Duvido que uma criança destas sabendo que seus espiritos se expandem na natureza queiram, quando maiores, botar fogo ou pichar mendigos. Ou tratar seres humanos como algo separado de si mesmos. Enquanto estamos na cidade, a percepção que temos é que somos limitados por nossos próprios corpos, como se fosse um cárcere privado de nossos pensamentos. E que dentro deste cárcere não interagimos com nada. Ledo engano. Precisamos antes despertar pra essa realidade. Somos um.
A vida nos impulsiona para um jogo de xadrez . E jogar algo em que não se conhece as regras é estar fadado ao fracasso e, no caso do xadrez, ser usado como um simples peão, que pode ser descartado a qualquer momento. É perigoso também, porisso acredito que seja oportuno que eu divida com você o que sei. Até para reforçar nosso campo morfogenético*.
Vou usar mais uma vez um texto do Caibalion, que é bem importante na Umbanda também: "A posse do Conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação ou expressão em Ação é como o amontoamento de metais preciosos, uma coisa vã e tola. O Conhecimento é, como a riqueza, destinado ao Uso. Lei do Uso é Universal, e aquele que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as forças naturais."
Nós temos um conhecimento na Umbanda, do qual derivam todos os outros: agir com fé, caridade e fraternidade. Se faltar um destes elementos de conhecimento mágico ela não funciona.Para se ter fé tem que ter coragem, para ser caridoso há de se ter sabedoria e para ser fraterno só com pureza de intenções. Conhecimento, manifestação e expressão em ação.Caboclos, pretos-velhos e crianças. A Umbanda é a expressão da natureza e sem um de seus três elementos está fadada a entrar em conflito com as forças naturais.
Esta verdade não cabe só à Umbanda. Cabe a você também. Reflita.

* Sobre Campos Morfogenéticos:

http://coisasdecasados.blogspot.com/2010/03/olhos-nos-olhos.html